Finanças

Se você tem dinheiro esquecido para receber, crie um Pix vinculado ao CPF

Milhares de brasileiros que não receberam o dinheiro esquecido podem ter acesso aos valores caso utilizem um Pix vinculado ao CPF.

O chamado dinheiro esquecido do Banco Central corresponde a valores que permanecem parados em instituições financeiras sem que os titulares saibam da sua existência. Esse recurso nasce de situações comuns, como contas bancárias encerradas que ainda possuem saldo.

Desde que o Sistema de Valores a Receber, conhecido como SVR, foi criado, milhões de brasileiros descobriram que tinham créditos disponíveis sem nunca terem sido informados diretamente. Esse mecanismo se tornou essencial, pois garante que recursos esquecidos retornem para seus donos.

Com a atualização recente, que introduziu o resgate automático vinculado ao Pix, o processo ficou ainda mais prático e seguro, eliminando parte da burocracia e aproximando os cidadãos de valores que, muitas vezes, fazem diferença no orçamento.

Se você ainda não sacou seu dinheiro esquecido, veja como fazer isso com o Pix.
Se você ainda não sacou seu dinheiro esquecido, veja como fazer isso com o Pix. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

De onde vem o dinheiro esquecido do BC?

O dinheiro esquecido do BC se origina de situações rotineiras no sistema financeiro que acabam passando despercebidas pelos clientes. Entre elas estão:

  • valores residuais em contas encerradas;
  • saldos de poupança não movimentados;
  • restituições de tarifas não creditadas corretamente;
  • recursos oriundos de instituições em processo de liquidação.

Cada caso segue uma lógica própria, mas o resultado é o mesmo: quantias que deveriam retornar ao consumidor permanecem retidas nas instituições até que sejam reclamadas.

Além dessas origens, consórcios finalizados também costumam gerar sobras não resgatadas. Quando os participantes encerram sua participação, alguns créditos não são devidamente transferidos, ficando guardados até que os titulares solicitem.

Esse conjunto de situações forma um estoque significativo de dinheiro que, apesar de fragmentado, alcança cifras bilionárias quando somado em escala nacional. O Banco Central centralizou a consulta e o resgate justamente para dar transparência a esse processo.

Por que esse valor fica parado?

O dinheiro esquecido fica parado, em grande parte, porque muitos consumidores não acompanham de perto suas movimentações financeiras. Além disso, a comunicação das instituições nem sempre chega ao cliente em tempo hábil, principalmente quando os dados cadastrais estão desatualizados.

Dessa forma, pequenos valores se acumulam sem despertar atenção. Outra razão é que, por se tratar de quantias reduzidas, muitos brasileiros consideram o esforço para resgatá-las maior do que o benefício imediato, deixando os recursos esquecidos por tempo indefinido.

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Quem tem direito ao dinheiro esquecido do BC?

O direito ao dinheiro esquecido do BC pertence tanto a pessoas físicas quanto a pessoas jurídicas. No entanto, a nova função de resgate automático está disponível apenas para cidadãos que tenham chave Pix do tipo CPF ativa, vinculada à conta gov.br com nível de segurança prata ou ouro.

Empresas e contas conjuntas, por enquanto, seguem com a necessidade de solicitar manualmente cada resgate dentro do sistema. Outro fator importante é a adesão das instituições financeiras ao termo de devolução via Pix.

Quando o banco ou a financeira ainda não aderiu, os créditos continuam sujeitos ao fluxo manual. Essa regra garante que o processo respeite as particularidades de cada instituição e avance de forma gradual, sem comprometer a segurança do usuário.

Como consultar se tenho algo a receber?

Para verificar se há dinheiro esquecido, siga este passo a passo:

  • Acesse o site oficial do Sistema de Valores a Receber do Banco Central.
  • Informe o CPF e a data de nascimento para consulta pública inicial.
  • Caso exista valor disponível, faça login com sua conta gov.br em nível prata ou ouro.
  • Ative a verificação em duas etapas para aumentar a segurança do acesso.
  • Siga as instruções para habilitar ou solicitar o resgate.

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Como realizar o resgate do dinheiro esquecido?

O resgate pode ocorrer de duas maneiras distintas. No modelo tradicional, o titular acessa o sistema, confirma os valores disponíveis e solicita a devolução. Já no modelo automático, o resgate fica disponível para quem habilita a função com chave Pix do tipo CPF.

Cada novo crédito identificado é transferido diretamente para a conta vinculada, sem necessidade de novas solicitações. Essa automatização reduz a burocracia e garante praticidade, principalmente para valores pequenos e recorrentes.

Depois de habilitado, o sistema não envia avisos individuais por e-mail, SMS ou aplicativos. A confirmação aparece apenas no extrato da conta, o que exige atenção do usuário para acompanhar os lançamentos.

Essa escolha visa reforçar a segurança e evitar tentativas de fraude, já que criminosos frequentemente utilizam mensagens falsas para enganar vítimas. Assim, a responsabilidade de acompanhamento recai sobre o próprio contribuinte, mas o processo de recebimento acontece de forma transparente e imediata.

Cuidado com golpes

O Banco Central reforça constantemente que a consulta e o resgate do dinheiro esquecido são gratuitos e devem ocorrer apenas pelos canais oficiais. Qualquer página que prometa acesso rápido mediante pagamento deve ser considerada fraude.

Além disso, o governo não envia links por mensagens, e-mails ou redes sociais, o que significa que toda comunicação externa com promessas de valores deve ser ignorada. A autenticação em duas etapas dentro da conta gov.br funciona como barreira adicional contra invasores.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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